Com a chegada do período de ventos mais fortes e pouca chuva, a brincadeira de soltar pipas volta a ocupar o céu das cidades mineiras. Apesar de tradicional e divertida, essa prática requer cuidados para não causar acidentes graves e interrupções no fornecimento de energia.
De janeiro a maio de 2025, a Cemig registrou 853 ocorrências envolvendo pipas presas na rede elétrica em Minas Gerais, afetando mais de 248 mil clientes. No Triângulo Mineiro, foram 94 casos, com cerca de 14 mil unidades consumidoras prejudicadas. Em 2024, o número total chegou a 2.664 ocorrências, impactando 765 mil clientes da Cemig.
Segundo César de Jesus Souza, técnico de Segurança da Cemig, a brincadeira só deve acontecer em locais amplos e afastados da rede elétrica. “Se a pipa enroscar em fios, o risco de choque pode chegar a 13.800 volts. É essencial que os pais orientem os filhos sobre os perigos”, afirma.
Além disso, o uso de cerol e linha chilena, proibidos pela Lei 23.515/2019, transforma a brincadeira em um risco ainda maior. Essas linhas são altamente cortantes e, além de danificar os fios, representam sérios perigos para motociclistas e pedestres. A multa para quem for flagrado vendendo ou usando essas linhas pode chegar a R$ 276 mil em caso de reincidência.
A brincadeira de soltar pipas nunca deve ser realizada em áreas urbanas, o recomendado é ocorrer em áreas abertas e distantes da rede de distribuição da companhia.
A Cemig pede que, ao ver uma pipa presa em fios, ninguém tente resgatá-la. A recomendação é entrar em contato com a companhia e evitar qualquer aproximação.
